quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nove - Ana Carolina

Ana Carolina é sem dúvida uma diva da música brasileira. Uma cantora excelente com um timbre marcante e um potencial vocal impressionante. Precisa em cada nota ela vem cantando a sua carreira, hoje totalmente consolidada e com muito mérito. Ela cantando musica de ninar, ou de ciranda já deixa a gente estupefeto, de queixo caído. Ela é incontestavelmente, absurdamente ótima.

Eu não faço coro junto com os que criticam suas composições. Não mesmo. Vejo essas críticas mais como consequência do sucesso, do que qualquer outra coisa. E no fim das contas é bom. Em geral a unanimidade é burra. É sempre muito saudável ter alguém que não goste, que critique. Particularmente falando, eu gosto muito das suas composições, seja das letras ou das músicas em si. Claro, também sem unanimidade e umas gosto mais que outras, mas no geral me agrada muito ouví-la também pelas composições. Sempre destaco uma música do álbum Dois Quartos, quando é esse o tema - segue a música abaixo. Acho perfeito o casamento da letra e da música e as imagens que a letra induz a você criar quando ouve a canção. É aquele tipo de música que eu gostaria de ter feito.

CARVÃO
(Ana Carolina)

Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você

O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa no colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você
No espelho da ilusão
Se retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão
Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixe aqui e solta a minha mão
E fui fechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?


Estou aqui na verdade é para falar sobre o mais recente trabalho dela. Nove. Nove canções que bem poderiam fazer parte do trabalho anterior. Possuindo o padrão Ana Carolina de qualidade. Esse trabalho contou com 3 produtores e várias outras participações, incluindo o norte-americano John Legend na música Entreolhares (The way you’re looking at me) e a italiana Chiara Civello que compôs com ela Resta. Esta música eu ouvi fresquinha, num show em São Paulo há pouco mais de 1 anos atrás, quando a própria Chiara cantou com ela. Ambas músicas super pops mas sem nenhuma depreciação de qualidade. Aliás o álbum todo é muito consistente nesse quesito. Outros destaques seriam outras duas canções que fogem um pouco da linha pop, que seriam a intensa Era e Torpedo, que possui letra de Gilberto Gil.

A única coisa que o trabalho fica a dever é na duração. As nove canções ocupam menos de 40 minutos deixando a gente com gostinho de quero mais, mas fazer o quê, né? O jeito é torcer para a moça não se demorar a lançar novos trabalhos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Benditos novos modismos

Na verdade a minha idéia inicial foi falar, quase a esmo, sobre o Sertanejo Universitário. No entanto o que todos presenciamos é mais uma onda musical, que na verdade não demonstra nenhum comportamento inédito de artistas, mercado e público, mas sim a na massificação do "modismo". A diferença está justamente aí, na massificação, que não há.

Há muito que não se ouve somente uma coisa no país e duvido que volte. A onda hoje em dia é o Sertanejo Universitário, assim como também são os emos que não gostam de ser chamados de emo, e existem muito mais coisas acontecendo, permitindo a escolha. Dentro dos movimentos continua o mesmo. Investimentos (incluindo ou não o jabá), oportunismos, e destaques para alguns artistas que devem permanecer, enquanto outros verão passar seus 15 minutos de fama sem ter muito o que fazer. E dentre os que ficam podemos identiicar alguns talentos verdadeiramente valiosos.

Na verdade, os modismos atuais tendem a pegar algo e encher de elementos pop, que é exatamente o caso da nova vertente do sertanejo. Mantém-se a fórmula de se ter uma dúpla, alguns clichês nos arranjos, mas muitas músicas, dos principais artistas na mídia, são músicas que quase não se identifica o sertanejo. Ìcone do estilo e exemplo perfeito do que estou dizendo é a dupla Victor e Leo. Esta é sem dúvida a dupla mais consagrada do estilo, a mais reconhecida artisticamente falando, por comporem, tocarem e cantarem de verdade e, pelo pouco que pude ouvir, com as melhores músicas.

Quando ouvi Tem Que Ser Você pela primeira vez, nem tinha ouvido nenhuma música da dupla que eu soubesse que era deles. Esta então, não poderia nem sonhar. Ela é muito diferente de tudo que já tinha ouvido do sertanejo, pois é uma música pop, em todas as suas características.

Fora os oportunistas de plantão, que existem e não são poucos, na música, se tratando de música e não de verdinhas, tudo é válido.

Falando de modismos, oportunismos e a fins, como ilustração, posto esta canção que vm bem a calhar:

PRÉ-PÓS-TUDO-BOSSA-BAND
Lenine - Zélia Duncan

Todo mundo quer ser bacana
Álbuns, fotos, dicas pro fim de semana
Filmes, sebos, modas, cabelos
Cabeça-feita, receitas perfeitas
Descobertas geniais
Todo mundo acha que é novo
Tribos, gírias, grifes, adornos
Ritmos exóticos, viagens experimentais
Pré-pós-tudo-bossa-band
Mente que sempre muito bem
Pré-pós-tudo-bossa-band
Gosto que me enrosco em quem?
Pré-pós-tudo-bossa-band
Não sei, mas tô dizendo amém

Todo mundo quer ser da hora
Tem nego sambando com o ego de fora
Caras, bocas, marcas estilos
O ó do bobó, o rei da cocada
A pedra fundamental
Todo mundo quer ser de novo o novo
O ovo de pé, o estouro
Ícones atlânticos
O dono da voz crucial

Pré-pós-tudo-bossa-band
Não ví, mas sinto que já vem
Pré-pós-tudo-bossa-band
Moderno, eu não te enxergo bem
Pré-pós-tudo-bossa-band
Tá cego, mas tá guiando alguém


MÚSICOS

ARRANJO: Christiaan Oyens e Celso Fonseca
VOZ: Zélia Duncan
SAX BARÍTONO E FLAUTAS: Léo Gandelman
ARRANJO DE SOPROS: Léo Gandelman
GUITARRA: Celso Fonseca
TECLADO HAMMOND: Humberto Barros
BAIXO: Marcelo Mariano
PERCUSSÃO: Parede
ZABUMBA E TRIÂNGULO: C. A.
REPIQUE E TRIÂNGULO: Celso
CALOTAS E TRIÂNGULO: Sidon

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Indústria Musical vs. Internet Livre

É sim um assunto delicado. Diversos desdobramentos, pontos de vista e coerência de ambos os lados envolvidos. Na verdade o que paira é um embate que ainda levará tempo para se definir, sem que seja possível prever de que lado a corda vai estourar. Sempre estoura do lado do mais fraco, certo? Mas qual lado é o mais fraco?

Algo que sempre precisa ser lembrado, pois às vezes parece que é esquecido, música é arte. E como arte, o objetivo de ela existir, do artista criá-la é qual? Não estou dizendo que não seja justo o artista viver da sua arte, ganhando dinheiro com ela, muito pelo contrário. Além do que, ganhar dinheiro com arte não é uma invenção moderna. Só que não havendo antigamente o recurso da gravação, a profissão era mais direta, do artista para o público.

Com o advento da gravação surgiu depois de muito tempo a famigerada indústria da música que, até antes da popularização da internet, era uma e depois começou a sofrer grandes impactos. As grandes gravadoras, chamadas de majors, detinham todo o negócio nas mãos. Um artista não se fazia por si só, sem uma grande gravadora empresariando, divulgando e contando as cifras. O jabá parecia de certa forma ser bem aceito e pouco falado, muito menos assumido. Assim foi fácil ter os modismos que existiram antigamente que não davam brecha para o muito mais além do que as gravadoras quisessem manter foco.

Falando assim parece até que defendo que as majors são a sucursal do inferno, né? Não é bem assim... Falarei mais adiante sobre isso.

Antes preciso comentar da revolução promovida pela internet e novas tecnologias. Pare e pense bem como eram as coisas antes de você começar a usar a internet. Como fazia para você ouvir as músicas que gostava, descobrir novas músicas e artistas e comprar música. Percebe? A primeira coisa é que antes, praticamente a música chegava até o público, na maioria das vezes enfiada goela abaixo, e hoje o público corre atrás. Os meios de divulgação restritos permitiam as gravadoras controlar melhor o consumo e com a internet livre, cada um ouve o que quer, quando quer e como quer. Os artistas também ganharam um canal amplo de divulgação de seus trabalhos e, somado às tecnologias de gravação que também se tornaram mais simples e acessíveis, foi promovida uma verdadeira quebra de paradigmas. E com isso a atuação da indústria da música mudou, certamente, muito a contra gosto.

Elas não ganham tanto com a massificação, já que não têm mais esse controle. Ganham mais com alguns poucos arqtistas fixos, financeiramente viáeis, novos lançamentos e explorando pequenos nichos. E na outra mão, hoje é muito fácil ser imdependente. Até a divulgação do trabalho se torna eficaz pela internet e, mesmo sendo inegável o poder que as gravadoras ainda têm, elas tomaram algumas rasteiras. O golpe foi duplo pois, as novas tecnologias promoveram a alforria dos artistas e também impactou as vendas, pois nunca foi tão fácil piratear música.

Aqui entramos na questão do que é pirataria, que também abordarei depois.

Queria só fazer uma parte aqui de algo que eu vejo acontecer há um bom tempo e acho curioso. Está mudando, claro, a percepção é nítida. Hoje, principalmente graças à popularização do Twitter. Estou falando da interação dos artistas com a internet e novas tecnologias. Eu pergunto, desde quando ser artista significou ser retrógrado e antiquado? Não havia um tempo que ser artista era ser de vanguarda? Não era ser associado com algo moderno, instigante, revolucionário? Quase sempre associado à subversão, à quebra de paradigmas como a internet promoveu? Então... Me soa muito estranho que por muito tempo tantos artistas, e muitos ainda hoje, estejam fora da rede. Seja para utilização com questões profissionais como para questões pessoais. Muitos parecem ter verdadeira fobia e associam até a uma imagem meio pejorativa. Parafraseando Marcelo Tas no programa da Fernanda Young no GNT: A internet não é uma rede de computadores, mas sim uma rede de pessoas. A internet e essas novas tecnologias representam hoje a inovação com a qual os artistas deviam estar comungando. Se assim fosse talvez até as questões pendentes desta discussão hoje em dia já estivessem mais encaminhadas.

A conclusão desse pensamento é a chave de tudo ao meu ver.

Alinhavando melhor o meu ponto de vista, tenho o seguinte a dizer. O direito autoral sempre proibiu a cópia de músicas sem autorização. Mesmo quando a cópia era em fitas K7. O que mudou foi o impacto no bolso das pessoas. É caro gravar, mixar, masterizar, prensar e distribuir um álbum. Do início ao fim do processo inúmeros profissionais da música, fotografia e artes plásticas são acionados para ter um CD numa loja, sem contar todas as questões comerciais e de logística. As gravadoras têm que pagar todo mundo e ainda ter lucro com um produto que, ali na esquina, tem um quase igual, muito mais barato, com uma menor qualidade no que diz respeito à apresentação sim, mas na questão sonora em si é idêntico. Não adianta inventarem que produto pirata necessariamente estraga o aparelho de som, te deixa surdo e te faz ficar brocha. É mentira. Sempre achei ridículo as pessoas pregando isso, alguns até meio que inocentemente, diante da sua fobia de tecnologia. A questão dos piratas é que a ilegalidade do produto não permite um controle de qualidade muito sofisticado, mas tenham certeza que a grande maioria do público que comprou ficou satisfeito com o seu produto "alternativo".

O direito autoral não é só um direito constituído por lei. É um direito ético que deve ser respeitado e realmente a primeira frente nociva que prejudica os músicos e todos os operários da música é a pirataria que vende um produto sem autorização. Aí é de cara uma quebra de ética, e não só da lei, a venda e aquisição de produtos dessa natureza, com um impacto direto. Afinal estão ganhando dinheiro em cima da arte de outras pessoas que ficam a ver navios sem esse retorno. E aí não importa como chega ao público. Se num CD que o cara compra na esquina, ou se ele baixa de um site, de forma gratuita, mas que o dono do site faz dinheiro com propagandas. Esse é o primeiro nível de pirataria, que deve ser combatido de imediato.

No entanto a controvérsia que está surgindo com este assunto é porque ele sempre cai na liberdade da internet e na troca de músicas sem fins lucrativos. Aí a questão tem muitas nuances e opiniões diferentes para se qualificar o que pode e o que não pode. Nunca ninguém ficou muito estressado com a troca de músicas entre amigos, principalmente antes da digitalização da música. E mesmo agora, tem gente que ache ser uma boa forma de divulgação, outros não aceitam de jeito nenhum. A lei diz que sem permissão do artista não pode, mas esbarra, com a internet, em problemas de jurisdição, pois a música pode estar lá num servidor na rússia para download, e também problemas de dificuldade de ficalização. Legal e eticamente falando, a autorização seria primordial.

A perda de dinheiro de um lado complica na outra ponta. Todo mundo diz que o preço do produto precisa ser mais barato, mas como? Se as vendas não estão bem, há menos dinheiro. Com muitos artistas livres das gravadoras, usando-as somente para distribuição, há menos dinheiro. A forma seria reduzir custos. Com pessoal, arte gráfica e a tendência seria o produto ficar mais próximo do pirata. Um dos argumentos dos amantes do vinil é que com o CD se perdeu muito em arte gráfica, mas não foi só uma questão de espaço físico. Eu já comprei CDs com encartes muito ricos, mas cada vez mais eles vão ficando mais simples, a concorrência é muito cruel. E como reduzir ainda mais os custos se, em crise, as gravadoras já tenham feito o possível?

É aí que não vejo as majors como vilãs e ponto final. A indústria tem seu lado ruim porque ela tem que mudar, as grandes gravadoras têm que parar de remar contra a correnteza e encontrar um meio de aproveitá-la, revendo não somente sua esperança em recuperar a margem de lucro, mas alternativas novas de negócio. A venda de música está mudando e todos ficam muito presos e enraizados em certas formas obsoletas como se simplesmente isso não pudesse ser mudado. Precisa existir o CD vendido como hoje, por exemplo? Não estou defendendo uma direção específica, estou defendendo a discussão. O raciocínio a respeito em busca de boas idéias. A indústria tem focado em combater algo controverso que é a troca de músicas entre pessoas sem fim lucrativos, ao invés de lutar para combater a pirataria explícita. Enquanto as autoridades não forem devidamente cobradas, ainda continuará a ter policiais parando na banquinha para comprar CD pirata, por exemplo. Não tenho os dados estatísticos, mas levando em conta a situação socio-econômica do povo brasileiro eu me pergunto: o prejuízo é maior com o que, a troca de arquivos por usuários de internet, ou a venda de CDs e sites não autorizados com fins lucrativos.

Os artistas também são prejudicados pela redução das vendas. Acabam voltando a depender muito dos shows, o que pode inclusive encarecer seus cachês levando a se exigir mais dinheiro do público para assistí-lo. E mesmo sofrendo não só pela quebra do direito autoral, mas também pela redução do retorno financeiro, não se vê uma união dos artistas em função disso. A verdade é que a chave de tudo está nas mãos deles. Músicos, cantores e compositores, unindo-se em massa, expressivamente, conseguiriam discutir e chegar nos moldes que primariam pelos direitos autorais e financeiros, assim como sem deixar de lado a arte em si. E conseguiriam impor ao mercado, ao legislativo e ao público quais seriam as regras.

O que acontece, na verdade, tristemente é que você tem muito boas opiniões isoladas, mas todos estão que alguém resolva a questão por eles. Reclama-se das gravadoras, das autoridades, do ECAD, da Ordem do Músicos, mas são estas instituições que vêm regendo as regras e lutando por interesses que, sim, nem sempre são os interesses dos artistas efetivamente, mas em fim, os artistas estão vendo a banda, a internet, a pirataria passar e ficam sentados só constatando o que já é fato, ao invés de ter uma atitude pro-ativa para o futuro. Uma andorinha só não faz verão, mas se todos se unissem verdadeiramente, e a internet possibilitaria isso em nível nacional inclusive, dificilmente as autoridades, gravadoras e opinião pública deixariam de ouvir. Os artistas fazem a música, ou seja, os artistas deveriam tomar as rédeas e decidir o seu interesse. Propondo mudanças, fazendo cobranças. Com o histórico que o Brasil tem, na época da ditadura e tal, era de se esperar outra postura.

Como disse, isso se arrastará por muito ainda. E quem vencerá a queda de braço? Só o tempo vai dizer...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Toca Raul!

Li uma matéria interessante do G1, sobre o consagrado "Toca Raul!" que muitos cantores e músicos ouvem e muito, em seus shows Brasil afora. É realmente muito interessante, um verdadeiro fenômeno espontâneo, impressionante.

Não precisou de "jabá", de major promovendo o nome, da divulgação do próprio artista, e nem de um novo modismo da internet para esta expressão chegar aos ouvidos das pessoas em todos os cantos do país. Bastou existir Raul Seixas. Bastou ele produzir uma obra consistente e de muita força. Coisas do Rock'n'Roll. Com ajuda de um visual emblemático, muita atitude, um lirismo muito particular e canções bem diretas, ele conseguiu a consagração que cresceu muito depois do seu falecimento.

E o interessante é que o público faz os artistas de refém, e na preocupação de atender os pedidos, muitos guardam na manga ao menos uma canção do Raulzito para não ficar mal na foto. Claro que isso acontece muito mais com músicos anônimos, que fazem barzinho, do que com artistas consagrados, de qualquer forma ninguém está imune. E que assim seja!

Portanto... TOCA RAUL!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Todas elas num só ser (Lenine / Carlos Rennó)

Quando o som é do bom, e o significado, as palavras são pura poesia, temos que nos render... Apreciar, se inspirar e nos deixar levar pela magia, pelas imagens, pelos sentimentos... A canção nos envolve, música fluindo no corpo, os versos pulsando no coração e pipocando boca a fora em alto e muito bom som... Estes são Lenine e Carlos Rennó, reverenciando os mestres apaixonados da poesia, e a musa deles nesta canção do álbum InCité do Lenine, de 2004.


Todas elas num só ser
(Lenine / Carlos Rennó)

Não canto mais Bebete nem Domingas
Nem Xica nem Tereza, de Ben Jor;
Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;
Não canto mais Luiza, do maior;
Já não homenageio Januária,
Joana, Ana, Bárbara, de Chico;
Nem Yoko, a nipônica de Lennon;
Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;

Nem a Tigreza nem a Vera Gata
Nem a Branquinha, de Caetano;
Nem mesmo a Linda Flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha, do sertão pernambucano;
Nem Risoflora, a flor de Chico Science -
Nenhuma continua nos meus planos.
Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;
Nem Anna Júlia, do Los Hermanos.

Só você, hoje eu canto só você;
Só você,
Que eu quero porque quero, por querer.

Não canto de melô Pérola Negra;
De Brown e Herbert, uma brasileira;
De Ari, nem a Baiana nem Maria,
Nem a Iaiá também, nem a Faceira;
De Dorival, nem Dora nem Marina
Nem a morena de Itapoã;
De Vina, a Garota de Ipanema;
Nem Iracema, de Adoniran.

De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;
De Michael Jackson, nem a Billie Jean;
De Jimi Hendrix, nem a Doce Angel;
Nem Ângela nem Lígia, de Jobim;
Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz,
Das doze deusas de Edu e Chico;
Até das trinta Leilas de Donato,
E da Layla, de Clapton, eu abdico.

Só você,
Canto e toco só você;
Só você,
Que nem você ninguém mais pode haver.

Nem a namoradinha de um amigo
E nem a amada amante de Roberto;
E nem Michelle-Ma-Belle, do Beatle Paul;
Nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;
E nem B.B., La Femme de Serge Gainsbourg;
Nem, de Totó, na Malafemmená;
Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho;
Nem a Mulata Mulatinha de Lalá;

E nem a Carioca de Vinicius
E nem a Tropicana de Alceu
E nem a Escurinha de Geraldo
E nem a Pastorinha de Noel
E nem a Namorada de Carlinhos
E nem a Superstar do Tremendão
E nem a Malaguenha de Lecuona
E nem a Popozuda do Tigrão

Só você,
Elejo e elogio só você,
Só você,
Que nem você não há nem quem nem quê.

De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
De Mário Lago e Ataulfo Alves,
Não canto nem Emília nem Amélia:
Nenhuma tem meus vivas! E meus salves!
E nem Angie, do Stone Mick Jagger;
E nem Roxanne, de Sting, do Police;
E nem a Mina do Mamona Dinho
E nem as Mina - pá! - do Mano Xis!

Loira de Hervê e Loira do É o Tchan,
Lôra de Gabriel, o Pensador;
Laura de Mercer, Laura de Braguinha,
Laura de Arnaut Daniel, o trovador;
Ana do Rei e ana de Djavan,
Ana do outro Rei, o do baião:
Nenhuma delas hoje cantarei:
Só outra reina no meu coração.

Só você,
Rainha aqui só você,
Só você,
A musa dentre as musas de a a z.

Se um dia me surgisse uma dessas
Moças que, com seus dotes e seus dons,
Inspiram parte dos compositores
Na arte das palavras e dos sons,
Tal como Madelleine, de Jacques Brel,
Ou como Madalena, de Martinho;
Ou Mabellene e a Sixteen de Chuck Berry,
E a manequim do tímido Paulinho;

Ou como, de Caymmi, a Moça Prosa
E a musa inspiradora Doralice;
Se me surgisse apenas uma dessas,
Confesso que eu talvez não resistisse;
Mas, veja bem, meu bem, minha querida:
Isso seria só por uma vez,
Uma vez só em toda a minha vida!
Ou talvez duas... Mas não mais que três...

Só você...
Mais que tudo é só você;
Só você...
As coisas mais queridas você é:

Você pra mim é o sol da minha noite;
É como a Rosa, luz de Pixinguinha;
É como a estrela pura aparecida,
A estrela a refulgir, do Poetinha;
Você, ó flor, é como a nuvem calma
No céu da alma de Luiz Vieira;
Você é como a luz do sol da vida
De Stevie Wonder, ó minha parceira.

Você é para mim e o meu amor,
Crescendo como mato em campos vastos,
Mais que a Gatinha para Erasmo Carlos;
Mais que a Cigana pra Ronaldo Bastos;
Mais que a divina dama pra Cartola;
Que a domna para Ventadorn, Bernart;
Que a Honey Baby para Waly Salomão
E a Funny Valentine pra Lorenz Hart.

Só você,
Mais que tudo e todas, só você;
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser.

sábado, 30 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

End Of The Century - Ramones

Segundo o próprio Johnny Ramone (guitarrista): "It's a very dark movie. It's accurate. It left me disturbed".

End Of The Century é um documentário sobre a história dos Ramones, contada por eles próprios. O filme de 2003 reuniu todos os músicos que integraram a banda desde seu surgimento em 1974 até o seu final em 1996, em depoimentos contando a tudo do início ao fim. O filme retrata a história da banda e seus integrantes até 2002, quando entraram para o Salão da Fama do Rock and Roll, quando o vocalista Joey Ramone já tinha falecido (2001, com câncer linfático) e meses antes do falecimento do baixista da primeira formação Dee Dee Ramone. Os demais integrantes inclusos, além dos três já citados são: Tommy Ramone (baterista da formação original), Marky Ramone (baterista), Ritchie Ramone (baterista), C. J. Ramone (baixista). Veja aqui maiores informações sobre os integrantes e as formações da banda.

Voltando à declaração do Johnny sobre o documentário, realmente percebe-se que é preciso, afinal, os próprios integrantes estão contando, e não há divergências com relação aos fatos, não existem contradições e aí é que este filme me pegou.

Acho que não é muito comum de se pensar que uma banda de rock como a dos Ramones, banda punk, seja o que você percebe neste filme. Logo se imagina aquela coisa de sexo, drogas e rock'n'roll, anarquia total e não é bem por aí. Problemas realmente sérios com drogas e álcool, somente dois integrantes tiveram, Dee Dee (que inclusive morreu de overdose) e Marky respectivamente. Existiam drogas entre eles sim, mas acaba ficando fora do foco. O que chama realmente a atenção é a relação entre os integrantes. Um misto de respeito e ressentimentos, como se eles não explodissem, não brigassem entre si e fossem guardando uma série de frustrações pessoais. O Joey mesmo perdeu uma namorada para o Johnny, algo que pelo que foi mostrado no filme, foi muito sério e ruim para o Joey, mas mesmo assim não brigaram e seguiram em frente.

Acho que o Johnny comentou que mexeu com ele, justamente por causa disso. Ao final da banda, após o último show, eles todos praticamente nem se falavam mais direito, sequer se despediram e foram cada um para o seu canto. O Johnny aparece sempre muito tenso, aparenta um leve pesar de não ter ido sequer uma vez visitar o Joey quando ele estava com câncer.

Ele tinha uma figura na banda que você nem imaginaria que fosse assim. Passa ser alguém muito sério e rígido, ao contrário do Joey que aparenta seriedade, mas com um coração mais receptivo. O Johnny não, ele já aparenta ter problemas em demonstrar emoção. Ele pôs fim na sua delinquencia ainda jovem por ter percebido que tinha passado todos os limites. Vê-se no rosto dele quando ele conta que houve algo muito sério, apesar de não expor detalhes. Realmente percebe-se que rever toda essa história afetou muito ele.

No fim das contas foi surpreendente, até certo ponto, assistir este filme e é muito bom conhecer um pouco melhor a história destes caras. Sem falar em ver e ouvir eles mandando ver no palco. One, two, three, four... E paulada! Gostei bastante do vídeo e por fim, só resta mais uma coisa a dizer...

Hey! Ho! Let's go!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Virada Cultural Paulista

Depois da Virada Cultural da capital, este final de semana o interior paulista terá a Virada Cultural Paulista. Um evento de proporções menores, comparando cada cidade com o evento na capital, mas pensando no todo, a distância na grandiosidade do evento é bem menor do que se possa pensar num primeiro momento.

Com investimento de R$5,5 milhões, 20 cidades receberão nos dias 16 e 17, 560 atrações atísticas como shows, exibições de cinema, teadro e dança. Tudo na faixa. Dentre os destaques musicais estão: Moraes Moreira e Banda (Araçatuba), Otto (Bauru), Lobão (Mogi Guaçu), Lenine (Indaiatuba), Leci Brandão (Marília), CPM 22 (Presidente Prudente), Paula Lima (Mogi Guaçu), Pitty e Dona Ivone Lara (Santos), Jorge Ben Jor (Santa Barbara d'Oeste), Arnaldo Antunes (São José do Rio Preto), Titãs e MV Bill (Araraquara), e Sepultura (São José do Rio Preto). Ah, a banda campineira Instiga também irá tocar em Mogi Guaçu no sábado.

A cidade de Campinas (uma das maiores do interior) ficou de fora este ano. Segundo consta em matérias da imprensa da região, aparentemente o governo municipal já tem gasto milhões em cultura e estaria sem dinheiro em caixa para fazer parte do evento.

Não acho nenhum pecado alguma cidade não participar. Afinal, o povo destes municípios teria uma vida cultural muito mais rica se, ao longo do ano todo, eventos culturais fossem promovidos com a mesma fórmula, mas sem a "intensidade" de se fazer tudo em 24 horas. Possibilitando inclusive que as pessoas possam se deslocar para assistir seus artistas preferidos sem maiores contratempos. Imagine alguém que more em Sumaré e queira ir no show da Paula Lima às 18:00 em Mogi Guaçu sábado e depois no do Lenine em Indaiatuba à meia-noite de sábado para domingo, já pensou? Ainda mais com os pedágios! Vejam aqui.

A questão real é que não se vê "nada" acontecer em Campinas, e tem se investido milhões em cultura no município. Realmente um mistério.

Veja abaixo as cidades participantes e suas programações:

Araçatuba
Araraquara
Assis
Bauru
Caraguatatuba
Franca
Indaiatuba
Jundiaí
Marília
Mogi das Cruzes
Mogi Guaçu
Presidente Prudente
Ribeirão Preto
Santa Bárbara d'Oeste
Santos
São Bernardo do Campo
São João da Boa Vista
São José do Rio Preto
São José dos Campos
Sorocaba

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Prêmio Multishow de Música Brasileira

Acompanho há um bom tempo o Prêmio Multishow de Música Brasileira. Voto, gosto de assistir. Existem outras premiações, mas esta é a que realmente acompanho. Afinal, em geral, o universo musical que este evento premia, é bem compatível com o meu universo musical. Eu gosto de ver os artistas no dia do evento, saber se os meus favoritos foram escolhidos, essas coisas.

Acho importante a existência de prêmios neste sentido. Principalmente para os artistas, que levam para casa um reconhecimento valioso. O fato de a premiação ser baseada em opinião popular é importante sim, só que claro que a popularidade pode acabar valendo mais que o mérito musical do trabalho, da carreira. Mas não deixa de ter valor.

O que não concordo desta votação são os critérios de votação pela internet. Houve melhora, pois para votar, você tem que estar logado com um e-mail, mas o próprio site diz que você pode voltar no dia seguinte e votar novamente. Acho isso errado. Sei que é complicado impedir votações múltiplas em enquetes de internet, mas acho que seria de mais valia que se tentasse melhorar essas regras, para que se tente ter algo mais próximo do que, ao meu ver, seria o ideal. Um voto por pessoa.

Existem vários recursos para ajudar como a gravação de cookie, validaçãod e IP e/ou host, o e-mail, como já é feito, se obrigar teclar caracteres de validação, etc. Claro que nada disso é totalmente infalível, mas dificultar um pouco pode ajudar.

Bom, seguem minhas opiniões a respeito da votação. Não participei da primeira fase este ano, estes são os meus votados (1 só vez, obviamente):

MELHOR CANTOR
Seu Jorge
Samuel Rosa
Marcelo D2
Rogério Flausino
Lenine

MELHOR CANTORA
Marisa Monte
Ivete Sangalo
Vanessa da Mata
Roberta Sá
Ana Carolina

MELHOR CD
"Agora" - NXZero
"La plata" - Jota Quest
"Estandarte" - Skank
"A arte do barulho" - Marcelo D2
" Ao vivo em Copacabana" - Claudia Leitte

MELHOR CLIPE
"La plata" - Jota Quest
"Ainda gosto dela" - Skank
"Desabafo" - Marcelo D2
"Monstro invisível" - O Rappa
"Uma música" - Fresno

MELHOR DVD DE MÚSICA
"62 mil horas até aqui" - NXZero
"Multishow ao vivo" - Ana Carolina Dois Quartos
"Juntos e ao vivo" - Paralamas do Sucesso e Titãs
"Infinito ao meu redor" - Marisa Monte
"Multishow ao Vivo" - Capital Inicial

MELHOR GRUPO
NXZero
Jota Quest
Skank
Fresno
EVA

MELHOR INSTRUMENTISTA
Gee Rocha - NXZero
Gigi - Ivete Sangalo
Christiaan Oyens - El Niño
Martin Mendonça - Pitty
Débora Teicher - Scracho

MELHOR MÚSICA
"Beijar na boca" - Claudia Leitte
"Amado" - Vanessa da Mata
"Ainda gosto dela" - Skank
"Desabafo" - Marcelo D2
"Não é proibido" – Marisa Monte

MELHOR SHOW
"La plata" - Jota Quest
"Estandarte" - Skank
"Multishow ao vivo" - Capital Incial
"A arte do barulho" - D2
"Uma prova de amor" - Zeca Pagodinho

REVELAÇÃO
Glória
Primadonna
Tulio Dek
Banda Cine
Mallu Magalhães

Concorda? Discorda? Comente com suas opiniões!

terça-feira, 12 de maio de 2009

No Line On The Horizon - U2

O tempo passa e aí estão os quatro irlandeses mais famosos do planeta. A banda foi formada no ano de 1976 e é composta por Bono Vox (Paul David Hewson) como vocalista, The Edge (David Howell Evans) na guitarra, Adam Clayton no baixo e Larry Mullen Jr na bateria. O U2 segue em frente inexorável e atemporal.

A carreira desses caras já teve sua dose de experimentação, de leve, mas ainda assim teve, e agora em 2009 a banda lança o seu 16º álbum: No Line On The Horizon, que é o título da primeira faixa do disco também.

As músicas seguem a linha da banda, sem novidades neste sentido, o que não é demérito algum. Eu ousaria dizer que neste álbum tem um pouco de tudo que eles já fizeram na carreira. Melodias marcantes em arranjos bem característicos e perfeitos, fazem este disco certamente ser bem recebido por um bom fã do U2. Destaco 4 músicas que são as melhores: No Line On The Horizon, Magnificent (que parece uma das antigas), Stand Up Comedy e Breathe.

Muitos acham ruim essas bandas que vivem eternamente; verdadeiras máquinas de fazer dinheiro. Dizer o quê? Delas eu espero o que elas realmente, no fundo, tem a me dar, que são suas músicas. Se gosto, ouço, senão, beleza... O resto é o resto e não cabe a mim julgar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ellington At Newport - Duke Ellington

Você gosta de jazz? Então deve conhecer Duke Ellington, certo? Já ouviu Ellington At Newport? Se não conhece, ou não ouviu este álbum, trate de conhecer! Mais um da série dos 1001 discos para se ouvir antes de morrer, este álbum de 1956 é um dos clássicos da música internacional.

Edward Kennedy "Duke" Ellington nasceu em Washington, em 29 de Abril de 1899 e faleceu em Nova Iorque, em 24 de Maio de 1974. Durante sua trajetória na Terra desenvolveu sua música para se tornar nada mais, nada menos que uma das maiores influências no jazz de todos os tempos.

Com muito mérito, este álbum foi eleito entre os 1001, pois é incrivelmente perfeito. É um álbum ao vivo, registrado no Newport Jazz Festival daquele ano e, mesmo sendo um álbum gravado em 1956, é totalmente contemporâneo. Parece que acabou de sair do forno. E o conteúdo é um jazz primoroso, "do bom", demais... Do tipo: "Quer aprender o que é jazz? Ouça isso!"

Ah, mencionei que o álbum é duplo? Pois é...

Gostaria muito de poder eleger algumas canções para dar uma pequena amostra do CD, mas não consegui. Teria que listar todas. Portanto, adquira o CD e ouça tudo, do início ao fim. E depois me conte se eu estava certo ou não...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Nova turnê e novo álbum - Creed

Após 5 anos de hiato o Creed está devolta com nova turnê e promessa de novo álbum este ano que deve se chamar "Full Circle". Dizem as más linguas que a banda terminou em 2004 devido a brigas entre o vocalista Scott Stapp e o guitarrista Mark Tremonti, ambos fundadores da banda.

Neste meio tempo Stapp saiu em carreira solo, lançando o disco “The great divide” em 2005. E agora eles retornam à toda programando o início dos shows para agosto. E prometem um verdadeiro renascimento, uma renovação da banda e não somente uma reunião saudosista. Enfim, esperemos.

Por hora, ouça Higher, My Own Prison, One e With Arms Wide Open. O som da banda é realmente bom. Vibrante... Eu gosto bastante.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mais uma banda retorna das cinzas - Alice In Chains

Muitas bandas vêm ressurgindo das cinzas ultimamente. A lista é realmente extensa. E o que pensar a respeito?

Confesso que há algum tempo não via muito com bons olhos. "Eles voltam pela grana", eu dizia e torcia o nariz mesmo. Mas depois de um tempo passei a ver um pouco diferente. Principalmente quando bandas que eu gostava muito anunciaram volta e eu percebi que sentia saudades. Fiquei ansioso para ouvir trabalho novo e tudo mais.

Sim, eles podem voltar pelo dinheiro, afinal é o trabalho deles e, dando o benefício dadúvida, passei a dar valor sim a estes retornos. Fiquei pensando ao me colocar no lugar dos caras e imaginei que eles deviam sentir falta realmente. Enfim... Filosofias à parte...

O Alice In Chains está devolta. Não é recente. A banda que em 2002 deixou de existir com a morte do seu vocalista Layne Stanley por overdose de heroína, retornou com novos shows em 2005, tendo nos vocais um novo integrante: William DuVall (ex-Comes With Fall). E é com essa formação que devem lançar um novo trabalho em setembro.

A banda é boa e resta conhecer o novo vocalista. Esperemos o novo álbum para saber se valeu à pena sentir saudades.

Das antigas ouça: Man In A Box, Heaven Beside You, Love Hate Love, Angry Chair e Put You Down.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gravando Voz Guia em " Eu não moro na sua rua" - Isabella Taviani

A cantora Isabella Taviani está em estúdio preparando seu quarto álbum, terceiro de estúdio, que deverá ser lançado ao final de 2009. Ela mesma disponibilizou uma cena de bastidores de uma das gravações. Recebi o link enviado por ela pelo Twitter e estou compartilhando com vocês.

Essa moça manda muitobem e saber (e ouvir) a novidade me deixa ansioso para ouvir mais. Se não a conhece, não perca tempo e corra trás agora mesmo!



Se não abrir o vídeo acima CLIQUE AQUI.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Zii e Zie - Caetano Veloso

Saíu do forno agora o novo CD do Caetano Veloso, Zii e Zie conta com 13 faixas, repetindo a fórmula do seu álbum de estúdio anterior, tocando suas canções com uma banda de rock jovem. Caetano é um artista de excelência provada e comprovada e que não tem medo de arriscar e experimentar. Ele tem uma carreira consistente e de respeito. Gosto de muitas coisas dele, apesar de não conhecê-lo a fundo. Ele é muito presente na vida de todos nós, o suficiente para se perceber o seu valor para música, não só brasileira, mas como do planeta. Entitulado de gênio, como de fato o é, faz por merecer cada elogio, mas sua personalidade que, às vezes, o põe em situações polêmicas, desperta algumas opiniões não muito favoráveis, mas ele é senhor de si o suficiente para não se abalar e seguir em frente.

O resultado desta empreitada é um álbum interessante, mas alternativo. Não é algo que seus fãs facilmente irão digerir, mas com certeza, quem ficou com ele no álbum Cê de 2006, continuará com ele agora também. Como eu disse, ele não tem medo de experimentar e se renovar, mas é claro que existem muitas formas de se fazer isso. O que eu senti ouvindo esse disco é que o som fica no meio termo. Ele não tem nem toda a vitalidade e atidtude do rock e nem todo o requinte de arranjos da MPB. Não é nada com relação às composições em si, e nem com relação aos músicos que são ótimos, mas com relação aos arranjos em si. Claro que se trata de uma opinião pessoal, e vale cada um tirar as suas conclusões.

Mesmo assim, destacam-se canções como A Cor Amarela, Perdeu e Sem Cais que é definitivamente, a melhor do disco.

Admito minha necessidade de conhecer melhor o trabalho do Caetano, assim como do Chico Buarque, que respeito mas nem sempre é algo que me ganha fácil como acontece com os trabalhos do Gilberto Gil e Djavan, por exemplo.

E você?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Diário da Turma 1976-1986 História do Rock de Brasília - Paulo Marchetti

Esta publicação era o que faltava para preencher as lacunas do surgimento das bandas de Brasília nos anos 80. E também coloca o leitor com os pés no chão para que não se fique a impressão de que aquele movimento seja algo a mais ou a menos do que realmente é.

Paulo Marchetti, o autor do livro O Diário da Turma 1976-1986 História do Rock de Brasília, viveu em Brasília naquela época e teve um papel coadjuvante em todos os acontecimentos do período, mas chegou até a ter participação em uma banda de menor expressão. Trabalhando na MTV foi responsável a produzir um especial sobre o Renato Russo no aniversário de 1 ano do seu falecimento e dali surgiu a fagulha inicial do grande feito que foi a criação deste livro.

Ele entrevistou muitas pessoas que tinham parte ativa no movimento, quase todos integrantes de quase todas as bandas de mais destaque do movimento punk de Brasília, do Aborto Elétrico aos Raimundos (que também têm relação com aquele movimento, mesmo só "aparecendo" nos anos 90), passando por Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude. Inclusive ele mostra a genealogia das bandas, comentando os surgimentos e finais das bandas e contando quem já tocou com quem daquela turma. Ele expõe tudo isso em forma de depoimentos dos entrevistados, comentando não só da música, das influências e do movimento em si, mas também das relações interpessoais, das dogras, da delinquência, das badernas e brigas com os "playboys".

Gostei muito do livro também e fiquei realmente satisfeito com tudo que li. A sensação é que nada mais falta ser dito. E além disso tudo, é muito bom ver no livro as ilustrações com fotos da época e as discografias das bandas.

Seguem os dados do livro:

Título: O Diário da Turma 1976-1986 História do Rock de Brasília
Autor: Marchetti, Paulo
Editora: Conrad
I.S.B.N.: 8587193376
Cód. Barras: 9788587193377
Reduzido: 459715
Altura: 28 cm.
Largura: 21,5 cm.
Profundidade: 1,5 cm.
Acabamento : Brochura
Edição : 1
Idioma : Português
Lançamento : 2001 / JUNHO
País de Origem : Brasil
Número de Paginas : 192
Publicação : 2001

Conversações com Renato Russo - Editora Letra Livre

Li este livro recentemente. Já o tinha há tempos mas só agora vim a ler. E gostei bastante, pois sempre quis saber melhor o que passava na cabeça desse indivídio que marcou a vida de muita gente com suas músicas, e dismistificar o mito. Aquela coisa de messias da geração perdida e aquele bla bla bla todo.

O livro Conversações Com Renato Russo é uma apanhado de entrevistas dele, e dos integrantes da Legião Urbana dutante toda carreira, mas muito mais focado no Renato Russo. E lendo você percebe que ele era sim genial, mas uma pessoa comum, como qualquer outra. Cheia de angústias e questões a resolver, talvez ainda mais com o agravamento obtido por ser uma pessoa pública e naturalmente polêmica, até na sua vida pessoal. Daí quando veio a AIDS, foi para pirar de vez.

No livro você percebe nitidamente o amadurecimento dele, passando a fase da empolgação com o início de tudo, da realização de um sonho, a consolidação da carreira e o início do fim, ao saber da doença. A sua última entrevista é doída de se ler. Ele está bem ácido e agressivo, à beira de ruir...

Vale muito à pena para quem é fã. Para quem não gosta, não vai ter sua opinião mudada a respeito.

Dados do livro:

Título: Conversações com Renato Russo
Autor: Letra Livre
Editora: Letra Livre
I.S.B.N.: 8586399027
Cód. Barras: 9788586399022
Reduzido: 382213
Acabamento : Brochura
Edição : 1997
Idioma : Português
País de Origem : Brasil
Número de Paginas : 275

sábado, 25 de abril de 2009

Quem me dera um dia ser teus olhos cor da primavera - Maria Rita

A estrela tatuada nas costas mostra exatamente o que é. De um lado a técnica, a precisão, a sofisticação, do outro sentimento, espontaneidade, poesia. Pai e Mãe, figuras abençoadas com o dom de enfeitiçar ouvidos, frutificaram. Fez-se luz e magia no dia 09 de setembro de 1977: Maria Rita Camargo Mariano veio ao mundo. Eis a estrela que faltava no firmamento.

Filha de Elis Regina e de César Camargo Mariano, irmã de João Marcelo Boscoli e Pedro Mariano, a Menina da Lua, chegou para ficar com a sua voz suave e penetrante. As notas musicais fluem como levadas por uma brisa que num instante podem se formar um furacão. Tem como herança marcante da mãe a exposição (ou melhor seria dizer explosão?) dos sentimentos ao cantar, à flor da pele.

Mesmo vindo de um ambiente totalmente musical, ela ainda assim teve dúvidas quanto à sua predestinação. Fugiu do caminho da música por aversão às críticas e comparações com a sua mãe, sendo que até mesmo seu pai reconhecia o que reluzia em comum nas duas almas iluminadas. No tempo que morou nos Estados Unidos pensou em voltar para o Brasil e fazer uma revista sobre política para adolescentes, mas numa certa manhã se deparou com a certeza intrínseca ao seu respirar de que não adiantaria fugir: ela, então, seria cantora, pois não conseguiria viver sem cantar.

Totalmente voltada à procura por sua própria identidade, Maria Rita volta para o Brasil com um CD demo nas mãos que seria, então, entregue ao seu, já, padrinho Milton Nascimento. O cantor, diante do incontestável, a convida imediatamente para participar de seu álbum "Pietá" e em "Tristesse", "Voa Bicho" e "Vozes ao Vento" comprovando a sua natureza e encantando público e crítica. Entretanto, mesmo lutando para buscar e moldar a sua própria identidade, ela ainda assim é comparada à sua mãe, afinal, a genética é inevitável.

Tanto talento culminou no álbum "Maria Rita" lançando em 2003, gravado entre maio e julho do mesmo ano e produzido por Tom Capone com co-produção de Marco da Costa e da própria cantora. De cara o trabalho foi um sucesso sendo vendido mais de 100.000 cópias em seis dias. Esse resultado não poderia ser diferente diante do primoroso trabalho que fora concebido.

No palco doçura e fel, sorrisos e lágrimas, uma sútil carícia ou um estrondoso tapa na cara, assim é deixar se envolver das músicas às batidas de pé, do chacoalhar de cabelos ao balanço da saia, caras e bocas que não fazem o público se perder, mas sim puxa-o para dentro da melodia e da mensagem.

A Estrela Maria Rita brilha ainda mais, além do seu sucesso deveras merecido, ela sorri afinadíssima não por estar esperando ser vista como uma sucessora, mas diante da manifestação de que realmente a música popular brasileira sempre se manterá viva em cada olho que brilha e coração que se enternece perante a paixão pela boa música. Não se resume a sucesso e reconhecimento, somente, os frutos colhidos pela Menina. Agora a cantora deixa de ser filha para pensar em ser mãe. Maria Rita está grávida. Santa dinastia... Que seja bem vinda a nova princesa, enriquecendo o reinado que se prenuncia glorioso desta recém mamãe, mas eternamente Cantora (com "C" maiúsculo).

OBS: Ainda da sessão resgates do passado, eis mais um texto criado para o site Revisita MPB, do nosso amigo Amadeu, que eu e minha digníssima esposa Rúbia Padilha, escrevemos nos idos de 2003. Canções para se deliciar: Não Vale A Pena, Encontros e Despedidas, Pagu, Conta Outra e Casa de Noca.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Elvis Presley - Elvis Presley

Da série dos 1001 discos, eis o primeiro que darei minhas palpitadas. O artista é, ou era (uns dizem que ele ainda está vivo ou foi abduzido), um cara que dispensa apresentações. Elvis Presley foi um marco na história do rock. Ele não foi o inventor, mas certamente foi o grande nome, e ainda o é, na verdade, desse gênero musical que movimenta verdadeiras multidões no mundo todo.

Um verdadeiro fenômeno que até hoje rende fortunas aos seus herdeiros, em 1956 esse cara lançou o álbum que deu início a toda essa loucura. Clássico rock dos anos 50, com um pé no country e folk, característica marcante do artista em toda carreira, é assim que se define este álbum que é muito bom do início ao fim.

As principais canções são, definitivamente, Blue Suede Shoes, I Got A Woman, Tutti Frutti e a menos popular Blue Moon. E a gravação contou com os músicos abaixo:

Elvis Presley: Vocal, violão e piano
Scotty Moore: Guitarra
Chet Atkins: Guitarra
Bill Black: Baixo
D.J. Fontana: Bateria
Johnny Bernero: Bateria
Floyd Cramer: Piano
Shorty Long: Piano
Gordon Stoker, Ben, Brock Speer e Keine: Vocal

Vale muito ouvir estas canções, memoráveis e históricamente determinantes na evolução de toda música no mundo todo.

1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer

Publicação recente e já popularmente conhecida, 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer é uma compilação de 90 jornalistas e críticos de música internacionais que seleciona os 1001 discos imperdíveis, década a década, desde os anos 50 até hoje. Subjetivismos à parte, a seleção pode não agradar a todos os ouvidos, mas certamente, faz jus à importância dos álbuns selecionados que realmente são marcos da música mundial.

Além da dica do livro em si que tem todos os comentários a respeito, fica a dica de um site de um louco que pôs TODOS os álbuns indicados no livro para se baixar e conferir. Eu estou dando uma sapeada e vez ou outra estarei postando minhas impressões de algumas coisas pescadas desta lista.

E comprar o livro também vale muito a pena e nem é tão caro, ao menos pela internet. Seguem os dados do livro:

I.S.B.N.: 9788599296264
Cód. Barras: 9788599296264
Reduzido: 2608728
Altura: 21 cm.
Largura: 16 cm.
Peso: 1,920 Kg
Acabamento : Brochura
Idioma : Português
Número de Paginas : 960
Edição: 2ª Edição - 2008

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão - Djavan

Maestro por intercedência divina, eis a personificação do dom, do talento mister de fazer música. O destino já reservava àquele garoto de infância pobre das Alagoas, nascido em 27 de janeiro de 1949, que sonhava em ser jogador de futebol, a consagração, nunca outrora imaginada, como um dos maiores expoentes da Música Popular Brasileira, quiça do mundo. Seu nome: Djavan Caetano Viana.

O violão que ganhou de um amigo e aprendeu a tocar de ouvido deu asas ao destino, que tomou conta da sua vida levando-o de casa para o mundo, em busca do seu caminho. Aos 18 já era vocalista e guitarrista da banda LSD, Luz Som Dimensão, tocando principalmente sucessos da Jovem Guarda e Beatles. Logo seu dom artístico foi ganhando vida, novos horizontes, e novas canções germinavam dando início a uma história musical de excelência indiscutível.

Maceió ficou pequena para o inventor de canções, que já fora inventor de acordes, no início da sua incursão artística, quando não conhecia as teorias sobre os sons que primorosamente dominava. Partiu com a família em 1973 para o Rio de Janeiro, passando dificuldades cantando em bares e casas noturas da Cidade Maravilhosa e emprestando a voz a canções de outros autores, integrando trilhas sonoras de novelas televisivas. E já em 1975 ganhou o segundo lugar do Festival Abertura da Rede Globo com a música Fato Consumado, o que lhe abriu as portas da indústria fonográfica, possibilitando a gravação do seu primeiro LP A voz, o violão e a arte de Djavan em 1976, dando inicio à imortalização da sua história.

De lá para cá o Mestre selou seu sucesso, conquistando ouvidos de públicos diversos, e o reconhecimento de grandes personalidades da música nacional e internacional, tendo inclusive em 1982 a participação do também músico, cantor e compositor Stevie Wonder tocando harmônica em Samurai; marco da da internacionalização da sua carreira.

Excelente intérprete e instrumentista, arranjador iluminado, criador de harmonias e melodias ricas e magníficas explorando com muita criatividade caminhos originais, com muito bom gosto, poeta profundo conhecedor dos sons das palavras, Djavan é enfim tradução de brasilidade, requinte, musicalidade e poesia. Lapida e dá preciosidade aos sons. Samba, jazz, funk, todos os estilos explorados a fundo, a "djavanear" o que há de bom.

OBS: Este post é um resgate de um texto meu feito exclusivamente para o site Revisita MPB em 2002, que não mais se encontra no ar. Tanto que este texto já foi copiado pela Web, postá-lo novamente não vai maltratar a ninguém, e sem dúvida vale a homenagem. Ouçam: Meu Bem Querer, Seduzir, Acelerou, Boa Noite e Lilás.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Saudades de Casa - Ivan Lins

Como não celebrar a preciosidade deste que é um dos cantores e compositores mais importantes da música brasileira? Exatamente... Ivan Lins é ponto de referencia em talento, sofisticação, e beleza musical. Sua carreira é irretocável e repleta de canções muito ricas em harmonias e melodias únicas e belas. Talvez até, no Brasil, ele não receba todo o prestígio merecido, mas este prestígio não o falta lá fora, sendo considerado um "jazz man" de primeira.

Senti uma necessidade muito forte de falar sobre um trabalho dele de 2007, maravilhoso, que ele nem lista na sua discografia no seu site oficial, Saudades de Casa. Segundo uma entrevista por ele concedida à Radio Nova Brasil FM na época do lançamento, o CD foi mais voltado realmente à sua carreira internacional, e que inclusive o repertório do álbum não possui todos os seus principais sucessos no Brasil.

Este trabalho ficou primoroso, tendo suas magníficas canções com arranjos "jazzísticos" cheios de solos e requintes. As músicas, segundo ele prórpio, ficaram mais extensas do que as gravações originais, devido aos novos arranjos. O saldo final é a sensação de experimentar uma saudade de algo que você ainda não conheceu. Foi assim que me senti... Concluí que eu não conhecia realmente a obra do Ivan até ouvir este trabalho. As músicas ficaram renovadas e frescas, como se fossem inéditas, com outra beleza, intensidade e vitalidade. O álbum ainda conta com a participação de Daniel Gonzaga (em Debruçado), Hamilton de Holanda (em A Gente Merece Ser Feliz), Leila Pinheiro (em Renata Maria), Chico Buarque (em Renata Maria) e o seu filho Cláudio Lins (em Depende de Nós).

Difícil selecionar as melhores faixas deste CD, mas arrisco listar Daquilo Que Eu Sei, Dandara, Passarela No Ar e A Gente Merece Ser Feliz. Infelizmente não encontrei mais links disponíveis para "linkar" nas músicas indicadas, mas confie e ouça. Este trabálho dele é imperdível...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Nova Superbanda - Chickenfoot

Chicken o quê? :-/

Pois é... Chickenfoot, está correto sim! Esse é o nome dado a uma nova banda que surge, com ícones do rock internacional, o que se pode chamar de uma superbanda. O nome em si, segundo os próprios integrantes da banda, pode ser mudado, embora ache pouco provável. Com previsão de lançamento de CD em junho deste ano, a banda já conta com site oficial, agenda de show e tudo mais, sendo apresentada com este "nomezinho" mesmo.

Mas afinal, de quem estou falando, né? São os quatro da foto acima. Da esquera para direita: Michael Anthony (baixo), Sammy Hagar (vocais), Joe Satriani (guitarra), and Chad Smith (bateria) . Michael é o ex-baixista do Van Halen, Sammy o ex-vocalista também do Van Halen, que também tem uma carreira solo, Joe é um dos maiores e mais respeitados guitarristas do mundo e faz um trabalho solo instrumental maravilhoso, e o Chad é o baterista do Red Hot Chili Peppers. Precisa saber mais!? Eles se reuniram por acaso, em jam sessions num dos bares do Sammy Hagar, no México e da brincadeira surgiu a banda. E nenhum deles abandona seus projetos principais e iniciam a empreitada como um projeto paralelo.

E expectativa é monstruosa para o lançamento da banda que rumores dizem parecer com Led Zepelin no início da carreira. Ainda não tive acesso a nenhum material do álbum novo que terá 11 faixas, mas estou ansioso:
  1. Avenida Revolution
  2. Soap On A Rope
  3. Sexy Little Thing
  4. Oh Yeah
  5. Runnin' Out
  6. Get It Up
  7. Down The Drain
  8. My Kinda Girl
  9. Learning To Fall
  10. Turnin' Left
  11. Future In The Past
E viva o "pé de galinha"!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Brasil Afora - Paralamas do Sucesso

Desde que me entendo por gente, se tratando de música, esses caras sempre estiveram presentes, como parte da trilha sonora da minha vida. Lembro de vê-los no programa do Chacrinha, junto a outras bandas de rock dos anos 80, e mesmo depois de adulto, com mais noções musicais e de muito ouvir música na vida, Os Paralamas do Sucesso se traduzem em uma das minhas bandas preferidas.

Aprendi a admiriar as músicas, os músicos, as composições, o canto "quase desafinado" do Herbert, tudo. E fui um dos apavorados com o acidente aéreo que quase pôs fim ao sonho, quando Herbert caiu junto com a esposa que veio a falecer em 2001. O melhor show que já fui, foi um show dos Paralamas, em 1997, da turnê do álbum 9 Luas, em Campinas/SP. A entrada era um quilo de alimento e haviam dezenas de milhares de pessoas curtindo a mesma alucinante emoção. Durou mais de duas horas, tiveram vários bis, foi incrível. Essa banda é incrível!

Este ano eles lançaram o seu 13º álbum de estúdio entitulado Brasil Afora, mais uma produção do parceiro de longa data Liminha. Destaques são as duas músicas de trabalho Meu Sonho e A Lhe Esperar e duas outras pérolas do "lado B", Quanto Ao Tempo e Brasil Afora, que dá nome ao álbum. O CD certamente elevará outras canções a clássicos marcantes da carreira da banda e está recheado do "rock de bermudas" dos velhos tempos, temperado com a maturidade pessoal e musical dos integrantes. É sempre um prazer ouvir um álbum novo desses caras, sentir o calor que existe nas suas músicas, tudo no volume máximo!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tenho Uma Banda - Instiga

Diretamente do interior de São Paulo, mais precisamente em Campinas, surgiu em 2001 a banda Instiga. Este som chegou aos meus ouvidos por intermédio de um grande amigo que me mostrou o site da banda (um dos integrantes estudou com ele no ensino médio). Logo que recebi o link, dissequei os 3 álbuns a fim de obter minhas impressões e compratilhá-las.

O som da banda, no geral, mesmo sem saber das influências musicais dos integrantes, me remete levemente a Radiohead, The Strokes e Los Hermanos, mas não é possível uma comparação direta, pois a leve lembrança não define o som. O mais curioso é que não existe real semelhança. O trio que forma banda é muito versátil e criativo musicalmente, criando arranjos muito interessantes e fora do convencional. Aliás não se pode dizer que esta seja uma banda convencional e também foge daquela coisa de banda emo que acabam sendo todas iguais. Esta banda é muito diferente de tudo que se ouve por aí.

Após um segundo CD lançado pelo selo Trombador Discos em 2007, a Instiga voltou a fazer um trabalho independente em 2008 entitulado Tenho Uma Banda, gravado com o apoio do Fundo de Investimentos Culturais da Prefeitura de Campinas. Este álbum me soou como o mais alternativo e visceral dos 3, e mostra um amadurecimento dos integrantes em todos os aspectos. Para sacar "a cara" da banda, ouça as instrumentais Puma e Rock Safari, a que tem a ver com o título do CD Tem Uma Banda e a melodiosa Cai Dentro. As músicas estão todas disponíveis no site da banda, é só conferir.

Uma palavra para definir? Instigante...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Lay It Down - Al Green

Ícone da Soul Music, Al Green em 2008 lançou um trabalho de respeito, mostrando todo seu swing, como nos velhos tempos e com um frescor admirável. Lay It Down, 38º álbum da carreira, foi inclusive indicado ao Grammy, na categoria Soul an R&B, concorrendo com toda "garotada" de hoje em dia, e na minha humilde opinião, era sem dúvida o melhor.

O disco é uniforme, fiel ao seu som e digno de aplausos de pé e muitas reverências. Posso destacar neste trabalho as canções Just For Me, No One Like You, Take Your Time, com participação da cantora Corinne Bailey Rae, que ficou incrível, e Standing In The Rain, a minha preferida. Entretudo é uma tarefa árdua a de selecionar as melhores músicas deste álbum, sendo que ele inteiro é ótimo.

Se não conhece a Soul Music, pode começar por este trabalho, e depois procure mais sobre este artista que é referância obrigatória. Outra dica seria dar uma olhadinha nesta lista do G1.

Enjoy it!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Berklee College of Music - Harmony

Existe disponível na web um material didático de Teoria Musical, muito bom e completo, o qual venho indicá-lo aqui para todos. Diretamente da renomada escola de música americana, de Boston, fundada em 1945, este material pode colaborar muito na sua formação e fazer você crescer musicalmente, se for do seu interesse.

Eu, particularmente, gosto também de músicas "simples", tipo aquele lance do rock de saber 3 acordes, empunhar seu instrumento e ter atitude. Muita coisa boa já surgiu com esse ímpeto. No entanto, tenho que reconhecer que estudar música é muito importante, assim com ter a prática. Dominar seu instrumento e conhecer mais profundamente sobre música, dá muito mais riqueza e prazer no tocar, compor, te dá asas para alçar voos maiores. Te liberta para se arriscar em improvisações.

Música por si só é apaixonante... Fazer música, então... Nem se compara! Quem não toca nenhum instrumento, eu recomendo. O prazer que se sente é impressionante!

O material está em inglês e vale a pena: Berklee College of Music - Harmony.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Chinese Democracy - Guns N' Roses

Renascido das cinzas o Guns N' Roses, ou melhor dizendo, o Axl Rose traz devolta o velho conhecido hard rock da banda. Parece que o tempo não passou, está quase tudo ali, desde os timbres das guitarras até as melodias do Axl. O CD de 2008 Chinese Democracy está muito bem produzido e bom de se ouvir.

No entanto existem sim as diferenças. De cara nota-se a influência da música eletrônica, que já não é novidade no rock, a não ser que se lembre que se trata do Guns. E a outra coisa é a falta de algo que a banda tinha de muito valioso, que se resume numa palavra: Slash. Apesar das rusgas entre o Axl e ele, os solos do guitarrista fazem sim falta. Não que os guitarristas atuais, Robin Finck (ex Nine Inch Nails), Richard Fortus e Ron Thal sejam ruins, pelo contrário, são muito bons, mas nada casava melhor com as melodias do Axl que os solos melodiosos do Slash, que hoje segue com a sua banda Velvet Revolver.

Este CD demorou tanto para sair do forno que por muito foi motivo de piada, chegando a ser apelidado de "O álbum mais caro jamais lançado" pelo jornal The New York Times. Porém todos tiveram que morder suas línguas pois o novo trabalho está aí, e com uma ótima qualidade.

Exemplificando o que foi dito, destaco as faixas 02, 03 e 04 que mostram exatamente o que estou falando: Shackler's Revenge, Better e Sweet of Dreams, respectivamente. As três faixas escancaram as raizes da banda com as tendências eletrônicas, e a habilidade do Axl, que é um "hit maker" nato, em construir melodias "pegajosas" que não saem da nossa cabeça. Outras duas faixas muito boas são as If The World (faixa 05) e There Was a Time (faixa 06). E a título de curiosidade ouça também a faixa 07, Catcher In The Rye, que tem um quê de Beatles na harmonia e na melodia.

Ouça que vale a pena!

sexta-feira, 27 de março de 2009

7VEZES - O RAPPA

Sétimo álbum da banda, lançado ano passado (2008), conta com 14 faixas de inéditas, dando continuidade ao excelente trabalho da banda que disafia rótulos e põe o dedo nas feridas sociais do país, 7 VEZES mostra bem a cara desse grupo. Fazendo rock com elementos de reggae, ou o contrário, O Rappa dá show mais uma vez e apresenta o que tem de melhor. Letras excelentes, som hipnótico e vibrante, este álbum é mais uma peça fundamental da carreira da banda. Não há ressalvas a se fazer, o disco é muito bom do início ao fim.

Destaque para as faixas 3 e 4, Óstia e Meu Mundo é o Barro que são muito marcantes. Levam-nos a pensar na nossa realidade, do dia a dia, dos "invisíveis" nas calçadas e praças dos grandes centros urbanos, nas periferias pouco favorecidas das grandes cidades e favelas. O Rappa mostra o que é feio e o que é ignorado, aponta o dedo e te pergunta: "o que você vai fazer a respeito?"

Duas coisas nos restam a fazer: nos engajar em projetos sociais, e ouvir este CD à exaustão em volume máximo!