quinta-feira, 23 de abril de 2009

Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão - Djavan

Maestro por intercedência divina, eis a personificação do dom, do talento mister de fazer música. O destino já reservava àquele garoto de infância pobre das Alagoas, nascido em 27 de janeiro de 1949, que sonhava em ser jogador de futebol, a consagração, nunca outrora imaginada, como um dos maiores expoentes da Música Popular Brasileira, quiça do mundo. Seu nome: Djavan Caetano Viana.

O violão que ganhou de um amigo e aprendeu a tocar de ouvido deu asas ao destino, que tomou conta da sua vida levando-o de casa para o mundo, em busca do seu caminho. Aos 18 já era vocalista e guitarrista da banda LSD, Luz Som Dimensão, tocando principalmente sucessos da Jovem Guarda e Beatles. Logo seu dom artístico foi ganhando vida, novos horizontes, e novas canções germinavam dando início a uma história musical de excelência indiscutível.

Maceió ficou pequena para o inventor de canções, que já fora inventor de acordes, no início da sua incursão artística, quando não conhecia as teorias sobre os sons que primorosamente dominava. Partiu com a família em 1973 para o Rio de Janeiro, passando dificuldades cantando em bares e casas noturas da Cidade Maravilhosa e emprestando a voz a canções de outros autores, integrando trilhas sonoras de novelas televisivas. E já em 1975 ganhou o segundo lugar do Festival Abertura da Rede Globo com a música Fato Consumado, o que lhe abriu as portas da indústria fonográfica, possibilitando a gravação do seu primeiro LP A voz, o violão e a arte de Djavan em 1976, dando inicio à imortalização da sua história.

De lá para cá o Mestre selou seu sucesso, conquistando ouvidos de públicos diversos, e o reconhecimento de grandes personalidades da música nacional e internacional, tendo inclusive em 1982 a participação do também músico, cantor e compositor Stevie Wonder tocando harmônica em Samurai; marco da da internacionalização da sua carreira.

Excelente intérprete e instrumentista, arranjador iluminado, criador de harmonias e melodias ricas e magníficas explorando com muita criatividade caminhos originais, com muito bom gosto, poeta profundo conhecedor dos sons das palavras, Djavan é enfim tradução de brasilidade, requinte, musicalidade e poesia. Lapida e dá preciosidade aos sons. Samba, jazz, funk, todos os estilos explorados a fundo, a "djavanear" o que há de bom.

OBS: Este post é um resgate de um texto meu feito exclusivamente para o site Revisita MPB em 2002, que não mais se encontra no ar. Tanto que este texto já foi copiado pela Web, postá-lo novamente não vai maltratar a ninguém, e sem dúvida vale a homenagem. Ouçam: Meu Bem Querer, Seduzir, Acelerou, Boa Noite e Lilás.

Um comentário:

  1. Puxa vida, o Brasil pode ter perdido um grande jogador de futebol... Será? Hahahha, quem se importa. Abs, Douglas

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